quarta-feira, 26 de maio de 2021
ENERGIA QUE EMANA A VIDA
Vacinas contra covid pode alterar nosso DNA?
Vacinas contra covid pode alterar nosso DNA?
A RESPOSTA CIENTIFICA È NÃO!
A internet é um campo minado, onde se deve ter cuidado o tempo todo com a veracidade das informações. Recentemente, vídeos apontaram que as vacinas contra a COVID-19 que usam a técnica mRNA poderiam causar defeitos genéticos irreversíveis e alterar nosso código genético. No entanto, isso não é verdade. As vacinas desse tipo não interferem no DNA humano e não são capazes de provocar danos genéticos.
- Ministro da Saúde afirma que vacina contra COVID-19 chegará, em breve, no SUS
- Quanto vão custar as primeiras vacinas contra COVID-19?
- Estas são as vacinas da COVID-19 na reta final de testes; saiba tudo sobre elas!
Um desses vídeos, aliás, ainda afirma que nanopartículas serão instaladas nas doses da vacina para monitorar quem for imunizado, com a participação de Bill Gates. No entanto, Isso também não é verdade. O que acontece é que uma das vacinas em desenvolvimento contra a COVID-19 é a INO-4800, da empresa Inovio, que recebeu uma doação da Fundação Bill & Melinda Gates, e usa uma tecnologia para aumentar a permeabilidade da membrana das células.
Inúmeras empresas estão dedicadas a encontrar uma vacina contra a COVID-19, e dentre as candidatas, as que utilizam o mRNA são: Moderna, BionTech (desenvolvida em parceria com a Pfizer), Curevac, Arcturus e People’s Liberation Army (PLA) Academy of Military Sciences/Walvax Biotech. Na prática, vacinas de mRNA têm fragmentos do código genético do vírus, o RNA, que é introduzido nas células do paciente e faz com que o próprio corpo humano passe a produzir essas proteínas do vírus. No entanto, são desenvolvidas para não interferir no DNA humano e são incapazes de causar danos genéticos.
Em entrevista ao Estadão, Cristina Bonorino, professora titular da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA) e membro do comitê científico da Sociedade Brasileira de Imunologia, aponta que não há evidência nenhuma de que essas vacinas possam causar danos genéticos. “Já fazia muito tempo que essa discussão estava em andamento para liberar essas vacinas porque tem evidência robusta de que ela funciona e ela não tem efeitos adversos graves”, afirmou.
A afirmação de que Bill Gates financia uma vacina que usa o mRNA e que vai controlar os dados de quem a tomar é inverídica, e já falamos sobre isso no Canaltech. Nenhuma das vacinas financiadas por Bill Gates usa partículas que causarão danos ao nosso organismo ou controlarão os dados. Em março, Bill Gates afirmou que “eventualmente, nós teremos alguns certificados digitais para mostrar quem se recuperou ou foi recentemente testado ou, quando houver uma vacina, quem a recebeu", mas isso não coloca a vacina como forma de controle social.
Vacinas contra covid pode alterar nosso DNA?
A RESPOSTA CIENTIFICA È NÃO!
A internet é um campo minado, onde se deve ter cuidado o tempo todo com a veracidade das informações. Recentemente, vídeos apontaram que as vacinas contra a COVID-19 que usam a técnica mRNA poderiam causar defeitos genéticos irreversíveis e alterar nosso código genético. No entanto, isso não é verdade. As vacinas desse tipo não interferem no DNA humano e não são capazes de provocar danos genéticos.
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Um desses vídeos, aliás, ainda afirma que nanopartículas serão instaladas nas doses da vacina para monitorar quem for imunizado, com a participação de Bill Gates. No entanto, Isso também não é verdade. O que acontece é que uma das vacinas em desenvolvimento contra a COVID-19 é a INO-4800, da empresa Inovio, que recebeu uma doação da Fundação Bill & Melinda Gates, e usa uma tecnologia para aumentar a permeabilidade da membrana das células.
Inúmeras empresas estão dedicadas a encontrar uma vacina contra a COVID-19, e dentre as candidatas, as que utilizam o mRNA são: Moderna, BionTech (desenvolvida em parceria com a Pfizer), Curevac, Arcturus e People’s Liberation Army (PLA) Academy of Military Sciences/Walvax Biotech. Na prática, vacinas de mRNA têm fragmentos do código genético do vírus, o RNA, que é introduzido nas células do paciente e faz com que o próprio corpo humano passe a produzir essas proteínas do vírus. No entanto, são desenvolvidas para não interferir no DNA humano e são incapazes de causar danos genéticos.
Em entrevista ao Estadão, Cristina Bonorino, professora titular da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA) e membro do comitê científico da Sociedade Brasileira de Imunologia, aponta que não há evidência nenhuma de que essas vacinas possam causar danos genéticos. “Já fazia muito tempo que essa discussão estava em andamento para liberar essas vacinas porque tem evidência robusta de que ela funciona e ela não tem efeitos adversos graves”, afirmou.
A afirmação de que Bill Gates financia uma vacina que usa o mRNA e que vai controlar os dados de quem a tomar é inverídica, e já falamos sobre isso no Canaltech. Nenhuma das vacinas financiadas por Bill Gates usa partículas que causarão danos ao nosso organismo ou controlarão os dados. Em março, Bill Gates afirmou que “eventualmente, nós teremos alguns certificados digitais para mostrar quem se recuperou ou foi recentemente testado ou, quando houver uma vacina, quem a recebeu", mas isso não coloca a vacina como forma de controle social.
Como saber se uma informação é verdadeira?
No início do ano, o Canaltech trouxe uma lista de cinco sites e dicas para você poder validar a veracidade de uma notícia. Antes de acreditar em uma informação (e principalmente compartilhar), vale dar uma olhada em um desses sites para checar a veracidade. É muito importante ficar atento a estas dicas, pois compartilhar fake news pode induzir pessoas a cometerem erros. Combater o compartilhamento de falso conteúdo é uma responsabilidade de todos.
Fonte: Estadão
No início do ano, o Canaltech trouxe uma lista de cinco sites e dicas para você poder validar a veracidade de uma notícia. Antes de acreditar em uma informação (e principalmente compartilhar), vale dar uma olhada em um desses sites para checar a veracidade. É muito importante ficar atento a estas dicas, pois compartilhar fake news pode induzir pessoas a cometerem erros. Combater o compartilhamento de falso conteúdo é uma responsabilidade de todos.
Fonte: Estadão
O que se sabe sobre a vacina da AstraZeneca
Mais barata e fácil de armazenar, a chamada vacina de Oxford contra covid-19 é usada por dezenas de países, inclusive o Brasil.
Quem desenvolveu a vacina da AstraZeneca contra covid-19?
A vacina, chamada AZD1222, foi desenvolvida por uma equipe da Universidade de Oxford e da empresa farmacêutica britânico-sueca AstraZeneca. A equipe de pesquisa inclui cientistas do Instituto Jenner e do Oxford Vaccine Group.
Como funciona a vacina da AstraZeneca?
Trata-se de uma vacina vetorial. Segundo a Fiocruz, ela foi desenvolvida com a tecnologia de vetor não replicante de adenovírus de chimpanzés, inofensivo para seres humanos. Trata-se de uma versão mais fraca do vírus de gripe comum em chimpanzés e contém igualmente proteínas contidas no material genético do vírus Sars-Cov-2.
Após a vacinação, o adenovírus penetra em algumas poucas células do corpo humano. Essas células utilizam o gene para produzir a proteína Spike (espícula, ou picos, na superfície do vírus). O sistema imunológico então reconhece isso como estranho e, em resposta, produz anticorpos e células T, que idealmente protegem contra a infecção com o coronavírus Sars-CoV-2.
Em quantos países a vacina da AstraZeneca foi liberada?
A vacina da AstraZeneca já foi licenciada em mais de 70 países em seis continentes, de acordo com a empresa (até 14 de março). O primeiro país a conceder aprovação foi o Reino Unido, em 30 de dezembro do ano passado, seguido por outros grandes mercados, como a União Europeia e a Índia.
Quão eficaz é a vacina da AstraZeneca contra o novo coronavírus?
A AstraZeneca teve que corrigir ligeiramente para baixo os dados sobre a eficácia de seu imunizante: ele protege em 76%, em vez de 79%, contra infecções com o novo coronavírus que apresentem sintomas, comunicou a farmacêutica sueco-britânica em seu site em 25 de março de 2021.
Isso significa que num grupo de indivíduos vacinados ocorreram 76% menos casos de doença do que no grupo de controle que recebera um placebo. Entre os maiores de 65 anos a taxa é bem mais alta, chegando a 85%. E a vacina chega a proteger 100% contra um quadro clínico grave.
Pouco antes, o Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas (NIAID) dos Estados Unidos, dirigido pelo epidemiologista Anthony Fauci, registrara dúvidas sobre a eficácia da vacina da AstraZeneca: "informações obsoletas" teriam "comunicado uma imagem incompleta da eficácia".
Em reação, a empresa sueco-britânica divulgou novos dados, após realizar testes com 32.449 participantes, dos quais um terço foi vacinado. Estudos anteriores indicaram que a eficácia podia chegar a 82% ou até 84% se for ministrada uma segunda dose num prazo de 12 ou mais semanas. Até agora, a droga não está autorizada para uso nos EUA.
Os dados do produto da AstraZeneca também são bons no tocante a hospitalizações. Um estudo da Universidade de Edimburgo mostrou que quatro semanas após a primeira dose o risco de ter que ser internado devido à covid-19 caiu 94%. Para a vacina da Biontech-Pfizer, a queda registrada foi de 85%.
Por que diversos países estão suspendendo as vacinações com o produto da AstraZeneca?
Em vários países, a aplicação do imunizante foi suspensa a partir do início de março devido à ocorrência de tromboses, em parte fatais, entre pessoas que haviam sido vacinadas pouco antes. A maioria dos casos ocorreu em mulheres com menos de 60 anos e foi verificada até duas semanas após a vacinação.
Alguns governos acabaram retomando as vacinações depois que, em 18 de março, a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) reforçou a classificação do imunizante da AstraZeneca como seguro e recomendou sua utilização.
Porém, em vários países o uso da vacina da AstraZeneca foi limitado. Na Alemanha, ela está sendo aplicada apenas em pessoas com mais de 60 anos. Na França e na Bélgica, em maiores de 55. No Reino Unido, apenas pessoas com mais de 30 anos são vacinadas com o imunizante da AstraZeneca.
No Brasil, a vacina de Oxford é aplicada sem restrições de idade.
A vacina da AstraZeneca eleva o risco de trombose?
A Agência Europeia de Medicamentos afirmou em 7 de abril de 2021 que existe uma possível ligação entre o uso da vacina de Oxford, fabricada pela empresa AstraZeneca, e a formação de coágulos sanguíneos.
A EMA ressalvou, porém, que esses casos são muito raros, e os benefícios oferecidos pela vacina superam em muito os riscos de efeitos colaterais. A EMA recomendou que a formação de coágulos sanguíneos seja incluída como efeito colateral muito raro da vacina nas bulas.
A agência afirmou que profissionais de saúde e pessoas que forem vacinadas devem estar cientes de que existe a possibilidade de casos muito raros de coágulos sanguíneos em combinação com plaquetas baixas no sangue, e acrescentou que a maioria dos casos relatados ocorreu em mulheres com menos de 60 anos no período de até duas semanas após a vacinação.
Mesmo assim, a agência declarou que não conseguiu identificar possíveis fatores de risco, como idade ou sexo, com base nas informações por enquanto disponíveis.
Pouco depois da declaração da agência europeia, o painel consultivo de segurança de vacinas da Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou que a ligação entre a vacina da AstraZeneca e os casos raros de coágulos sanguíneos é "considerada plausível, mas não foi confirmada".
Um grupo de especialistas independentes revisou os dados globais mais recentes e afirmou que seriam necessários estudos especializados para compreender completamente a relação potencial entre a vacina da AstraZeneca e os possíveis fatores de risco.
"É importante notar que, embora preocupantes, os eventos sob avaliação são muito raros, com números baixos de casos relatados entre os quase 200 milhões de indivíduos que receberam a vacina contra a covid-19 da AstraZeneca em todo o mundo", disseram os especialistas.
Que efeitos colaterais da AstraZeneca são conhecidos?
Estudos clínicos registraram sensibilidade no local da injeção após a primeira dose em 60% dos casos. Segundo o alemão Instituto Robert Koch (RKI), mais da metade dos vacinados apresentou também dores de cabeça e prostração; cerca de 44% teve sensação de estar doente. Temperatura elevada e calafrios manifestaram-se em um terço dos pacientes, náuseas em 20%, febre em quase 8%.
A maior parte dos efeitos colaterais é de intensidade leve a mediana, desaparecendo dentro de poucos dias. Após a segunda dose, os sintomas tendem a ser mais brandos e menos frequentes. O mesmo se aplica aos pacientes acima dos 65 anos, em geral.
Em comparação, as vacinas da Biontech-Pfizer e Moderna provocam dor no local da injeção em mais de 80% dos casos. São também frequentes prostração (Biontech-Pfizer 47%, Moderna 65%) e dores de cabeça (Biontech-Pfizer 42%, Moderna 59%). Bem menos comum do que com o produto da AstraZeneca é a manifestação de febre (Biontech-Pfizer 4%, Moderna 0,8% dos vacinados).
Quão eficaz é a vacina AstraZeneca contra a mutação originada no Reino Unido?
Um estudo da vacina da AstraZeneca contra a variante B117, registrada pela primeira vez no Reino Unido, encontrou uma eficácia semelhante à do vírus original. Os resultados do estudo mostram que a vacina é 75% eficaz contra a variante do Reino Unido.
Quão eficaz é a vacina AstraZeneca contra a mutação sul-africana?
O conhecimento atual sugere que a eficácia é significativamente menor contra a mutação B1351, mas os números exatos ainda não estão disponíveis. O governo sul-africano decidiu parar a introdução da vacina AstraZeneca porque um estudo com 2 mil pessoas no país revelou que a vacina oferece apenas "proteção mínima" contra a covid-19 leve e moderada causada pela variante B1351 do coronavírus.
A variante é considerada mais perigosa porque se espalha mais rapidamente. Ela causa a maioria dos casos de covid-19 na África do Sul. Um aspecto positivo é que nenhum dos participantes do estudo sul-africano morreu, ficou gravemente doente ou teve que ser hospitalizado. No entanto, a eficácia contra casos graves de covid-19 causados pela variante B1351 também não pôde ser avaliada no estudo porque os participantes eram de baixo risco, disseram os pesquisadores da Universidade de Witwatersand, de Joanesburgo, em sua análise. Em carta datada de 10 de fevereiro, a Organização Mundial da Saúde (OMS) continua recomendando a vacina da AstraZeneca, mesmo que haja mutações em um país.
AstraZeneca defende sua vacina. Em comunicado, disse que "a atividade neutralizante de anticorpos é equivalente à de outras vacinas contra covid-19 que mostraram funcionar contra doenças mais graves, especialmente quando o intervalo de dosagem é otimizado para 8 a 12 semanas".
Especialistas confirmaram à DW haver no imunizante pelo menos alguma proteção contra a variante sul-africana. "A vacina da AstraZeneca sempre proporcionará alguma proteção contra a variante B1351 porque os anticorpos formados após a vacinação reconhecem e bloqueiam partes da variante viral", disse à DW Sarah Pitt, do Instituto Britânico de Ciências Biomédicas.
-Yong Shi, professor de Microbiologia da Faculdade de Medicina da Universidade do Texas, deixa claro numa entrevista à DW que qualquer uma das vacinas aprovadas oferece proteção contra a covid-19.
Ele afirma que talvez a doença se manifeste de forma mais branda, mas é muito melhor do que não estar vacinado. As variantes com que uma pessoa é confrontada e a imunidade dela podem afetar o nível de proteção da vacina, argumenta Pei-Yong Shi.
Por que a vacina da AstraZeneca é menos eficaz contra a mutação sul-africana?
A variante B1351, também conhecida como 501YV2, primeiramente reportada na África do Sul, tem mutações na proteína Spike. Esta é a parte do vírus que se prende às células humanas e permite que ele as infecte. Às vezes uma mutação é prejudicial ao próprio vírus, às vezes não faz nada, e às vezes torna o vírus mais prejudicial ao ser humano, por exemplo, se ficar mais infeccioso.
As vacinas contra covid-19 já aprovadas produzem anticorpos contra a proteína Spike da cepa original do Sars-Cov-2. Mas agora os anticorpos têm como alvo os vírus cujas Spike eles não reconhecem completamente.
"A forma do vírus mudou ligeiramente, mas a resposta produzida é baseada no original", explica Sarah Pitt. Assim, o vírus ainda pode se instalar numa célula humana. Entretanto, a vacinação ainda oferece alguma proteção porque os anticorpos continuam bloqueando partes do vírus que eles reconhecem. A quantidade de anticorpos necessários para combater o coronavírus ainda não foi determinada, disse Pitt.
Estudos da fabricantes de vacinas Biontech-Pfizer e Moderna mostram que estas vacinas são um pouco menos eficazes contra a variante B1351 do vírus.
O que a AstraZeneca está fazendo para melhorar a eficácia contra a mutação sul-africana?
A chefe do grupo de pesquisa de Oxford, Sarah Gilbert, disse à BBC que a vacina evita formas graves da doença e que os desenvolvedores estão trabalhando em um imunizante modificado para enfrentar a variante sul-africana. Isso provavelmente vai demorar até o outono europeu, disse ela.
Devo me vacinar com a vacina da AstraZeneca?
OMS, EMA e especialistas afirmam que é melhor se vacinar do que não se vacinar, e isso vale também para a vacina da AstraZeneca. A EMA, que reconhece a existência de riscos de trombose, afirma que esse possível efeito colateral é muito raro e que os benefícios de usar a vacina superam em muito os riscos de um efeito colateral.
A OMS recomenda a vacina para todas as pessoas acima de 18 anos. Além disso, aconselha a vacina para pessoas com enfermidades pré-existentes, que correm o risco de agravamento da doença, incluindo obesidade, doenças cardiovasculares ou respiratórias e diabetes. Para quem tem HIV e doenças autoimunes ou pacientes imunocomprometidos, são necessários mais estudos, disse. Mas elas podem ser vacinados após um aconselhamento, caso estejam num grupo para o qual a vacinação, em geral, é recomendada.
Há poucos dados disponíveis sobre se a vacina é segura para gestantes. Entretanto, se os benefícios da vacinação de uma mulher grávida superarem os riscos potenciais, a vacinação é possível, informou. Pessoas com um histórico de reações alérgicas graves a qualquer componente da vacina não devem tomá-la. Isto também se aplica às vacinas mRNA, como explicou o presidente do Instituto alemão Paul Ehrlich à DW, Klaus Cichutek.
Esta vacina é adequada para todas as faixas etárias?
Sim, segundo a OMS e a EMA. A Organização Mundial da Saúde recomenda a vacina para todas as pessoas com 18 anos ou mais, incluindo as acima de 65 anos. A Agência Europeia de Medicamentos (EMA) manteve, em 7 de abril, sua recomendação de que a vacina pode ser usada por todas as pessoas com 18 anos ou mais, apesar de reconhecer os riscos de trombose.
Mesmo assim, vários países adotaram restrições de idade na aplicação. Na Alemanha, as autoridades recomendam o uso apenas em pessoas com mais de 60 anos. Na França e na Bélgica, em maiores de 55. No Reino Unido, apenas pessoas com mais de 30 anos são vacinadas com AstraZeneca.
Por que a vacina da AstraZeneca é tão popular em muitos países?
A vacina da AstraZeneca é atraente por duas razões principais: ao contrário das vacinas da Biontech-Pfizer e da Moderna, a da AstraZeneca não precisa ser armazenada a temperaturas extremamente baixas. Ela pode ser submetida a temperaturas normais de refrigeração (2-8 graus Celsius) por pelo menos seis meses, o que facilita seu transporte. Isto possibilita que um médico clínico geral possa vacinar em seu consultório.
Em comparação, a vacina da Biontech-Pfizer tem que ser mantida sob refrigeração de 2º C a 8º C, por no máximo 120 horas, e pode ser armazenada em freezers de temperatura ultrabaixa (pelo menos -70º C).
Além disso, a vacina da AstraZeneca é considerada mais barata. O preço exato não é claro. Um tuíte já apagado publicado pela secretária de Estado belga Eva De Bleeker informava os preços por dose: 15 euros para a vacina da Moderna, 12 euros para a da Biontech-Pfizer e 1,78 euros para a da AstraZeneca. De acordo com a AstraZeneca, o preço é baixo porque a cadeia de fornecimento é simples e não há intenção de lucro.
A AstraZeneca e a Biontech-Pfizer fizeram acordos com a Covax, uma iniciativa global destinada a distribuir vacinas de baixo custo para países de baixa e média renda. A Covax é uma parceria que integra a Aliança para as Vacinas (Gavi) e a Organização Mundial da Saúde.
Qual é a causa dos repetidos desentendimentos entre a União Europeia e a AstraZeneca?
Há dois pontos principais de conflito: o volume dos lotes de vacinas acordados e um possível favorecimento do Reino Unido. A UE tem acusado repetidamente a AstraZeneca de lhe entregar muito menos doses do que o combinado, enquanto outros países – entre os quais o de origem do conglomerado predominantemente britânico – recebem pontualmente seus lotes do produto.
Por diversas vezes, a AstraZeneca teve que reduzir os lotes prometidos à UE: no primeiro trimestre de 2021, ela só entregou 31 milhões dos 80 milhões de doses prometidos aos 27 Estados-membros. Segundo o diretor executivo Pascal Soriot, isso se deveu ao fato de a produção nas fábricas da Bélgica e na Holanda ter sido menor do que o previsto.
Em 24 de fevereiro, com base numa fonte interna, veículos de mídia noticiaram que a AstraZeneca estaria diante de novos problemas de fornecimento, e que no segundo trimestre a UE só receberia 90 milhões de doses, em vez dos 180 milhões prometidos.
A polêmica se acirrou em 24 de março, com a divulgação da descoberta de 29 milhões de doses da vacina de covid-19 numa fábrica de envasamento nas cercanias de Roma. A Comissão Europeia solicitara que autoridades italianas inspecionassem o estabelecimento, por suspeitar que a AstraZeneca "disponha de mais capacidade de produção na Europa" do que alegara.
A farmacêutica rebateu relatos da imprensa segundo os quais as vacinas encontradas na Itália iriam para o Reino Unido, alegando que 13 milhões das doses se destinariam ao programa internacional Covax, e os demais 16 milhões, à UE.
A vacina de Oxford no Brasil
O primeiro lote do ingrediente farmacêutico ativo (IFA) para a produção das vacinas Oxford/AstraZeneca pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) chegou no início de fevereiro ao Brasil. O material deve finalmente possibilitar a produção dessa vacina contra a covid-19 em território nacional, após seguidos atrasos.
O insumo foi fabricado no laboratório Wuxi Biologics, na China. O laboratório chinês foi vistoriado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no fim do ano passado e é parceiro da farmacêutica anglo-sueca AstraZeneca, que desenvolveu a vacina em parceria com a Universidade de Oxford, do Reino Unido.
Apesar dos atrasos na chegada do insumo, a Fiocruz afirma que é possível manter o compromisso de entregar 100 milhões de doses até julho, como havia sido anunciado anteriormente.
Os termos do acordo entre a Fiocruz, a AstraZeneca e a Universidade de Oxford preveem que, inicialmente, o Brasil vai produzir a vacina com IFA importado. Posteriormente, Bio-Manguinhos vai nacionalizar a produção do insumo, o que deve ocorrer no segundo semestre, a partir de um processo de transferência de tecnologia. Após a nacionalização do IFA, a Fiocruz prevê produzir mais 110 milhões de doses até o fim deste ano, chegando a um total de mais de 210,4 milhões de doses.
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- Data 08.04.2021
- Autoria Kathrin Wesolowski
- Assuntos relacionados Vacina, covid-19
- Palavras-chave AstraZeneca, Coronavirus, vacina, imunização, pandemia, mutação, B117, B1351, Covid-19, vacina de Oxford
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Com escassez de vacinas, apenas cerca de 18,5 milhões de pessoas receberam duas doses de imunizantes contra a covid-19 no país, a maioria idosos e profissionais da sa
Saiba do que são feitas as vacinas da Pfizer e Moderna .
Por Vinicius Szafran
,
Editado por André Lucena
31/12/2020 18h17
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A velocidade de produção dos imunizantes contra a Covid-19 fez muitas pessoas questionarem o que realmente existe dentro deles. Recentemente, Moderna e Pfizer BioNTech disponibilizaram publicamente os ingredientes de suas vacinas.
Ambas as vacinas já foram aprovadas em alguns países, ainda que de forma emergencial. Os Estados Unidos, por exemplo, são um destes. Os norte-americanos já começaram as aplicações de doses tanto da Moderna quanto da Pfizer.
PUBLICIDADDNA e RNA
Carolina Batista Carolina Batista Professora de Química
DNA e RNA são ácidos nucleicos que possuem diferentes estruturas e funções. Enquanto o DNA é responsável por armazenar as informações genéticas dos seres vivos, o RNA atua na produção de proteínas.
Essas macromoléculas são subdivididas em unidades menores, os nucleotídeos. A unidade formadora é composta por três componentes: fosfato, pentose e base nitrogenada.
A pentose presente no DNA é a desoxirribose, já no RNA trata-se da ribose e, por isso, a sigla DNA significa ácido desoxirribonucleico e RNA é o ácido ribonucleico.
As 7 principais diferenças entre DNA e RNA
DNA e RNA são polímeros cujas funções são armazenar, transportar e utilizar as informações genéticas. Veja a seguir as principais diferenças entre eles.
Diferenças DNA RNA
Tipo de açúcar Desoxirribose (C5H10O4) Ribose (C5H10O5)
Bases nitrogenadas
Adenina, guanina, citosina e timina
Adenina, guanina, citosina e uracila
Função Armazenamento de material genético Síntese de proteínas
Estrutura Dois filamentos de nucleotídeos em espiral Um filamento de nucleotídeo
Síntese Autorreplicação Transcrição
Enzima sintética DNA-polimerase RNA-polimerase
Localização Núcleo celular Núcleo celular e citoplasmaDNA e RNA
Carolina Batista Carolina Batista Professora de Química
DNA e RNA são ácidos nucleicos que possuem diferentes estruturas e funções. Enquanto o DNA é responsável por armazenar as informações genéticas dos seres vivos, o RNA atua na produção de proteínas.
Essas macromoléculas são subdivididas em unidades menores, os nucleotídeos. A unidade formadora é composta por três componentes: fosfato, pentose e base nitrogenada.
A pentose presente no DNA é a desoxirribose, já no RNA trata-se da ribose e, por isso, a sigla DNA significa ácido desoxirribonucleico e RNA é o ácido ribonucleico.
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Diferenças DNA RNA
Tipo de açúcar Desoxirribose (C5H10O4) Ribose (C5H10O5)
Bases nitrogenadas
Adenina, guanina, citosina e timina
Adenina, guanina, citosina e uracila
Função Armazenamento de material genético Síntese de proteínas
Estrutura Dois filamentos de nucleotídeos em espiral Um filamento de nucleotídeo
Síntese Autorreplicação Transcrição
Enzima sintética DNA-polimerase RNA-polimerase
Localização Núcleo celular Núcleo celular e citoplasma
[16:26, 26/05/2021] Ivonil: Resumo sobre DNA e RNA
Os ácidos nucleicos são macromoléculas formadas pela união do ácido fosfórico com a pentose, açúcar com cinco carbonos, e bases nitrogenadas, pirimídicas (citosina, timina e uracila) e púricas (adenina e guanina).
Os dois grandes grupos desses compostos são o ácido desoxirribonucleico (DNA) e o ácido ribonucleico (RNA). Confira a seguir informações sobre cada um deles.
DNA: o que é, estrutura e função
O DNA é uma molécula que transmite informações genéticas codificadas de uma espécie para os seus sucessores. Ele determina todas as características de um indivíduo e sua composição não muda de uma região do corpo para outra, nem com a idade ou ambiente.
CORONAVAC-VACINA CHINESA
Entenda como é feita a Coronavac, primeira vacina contra covid-19 aplicada no Brasil
A CoronaVac, vacina contra o novo coronavírus produzida pelo laboratório chinês Sinovac Biotech, e testada no Brasil pelo Instituto Butantan, segue um padrão diferente das vacinas da Pfizer e da AstraZeneca e foi criada com base no próprio vírus inativado, estratégia mais comum para imunizantes. O repórter Pedro Pincer tem os detalhes.
Transcrição
LOC: MÉTODO USADO NA PRODUÇÃO DA CORONAVAC É CONSIDERADO TRADICIONAL E SEGURO
LOC: IMUNIZANTE DO INSTITUTO CHINÊS SINOVAC UTILIZA A TÉCNICA DO CHAMADO “VÍRUS INATIVADO”. O REPÓRTER PEDRO PINCER TEM OS DETALHES:
(Repórter) A CoronaVac, vacina contra o novo coronavírus produzida pelo laboratório chinês Sinovac e testada no Brasil pelo Instituto Butantan, segue um padrão diferente das vacinas da Pfizer e da AstraZeneca e foi criada com base no próprio vírus inativado, estratégia mais comum para imunizantes. Segundo dados divulgados pelo Instituto Butantan, ela é 50,38% eficaz – estando quase 0,4 pontos percentuais acima dos 50% de eficácia pedidos para a aprovação de uma vacina no mundo todo. Para desenvolver a vacina, os cientistas criaram uma cultura do coronavírus em laboratório, deixando-o inativado para a aplicação em pacientes. É o que explica a infectologista Heloisa Ravagnani
(Heloisa Ravagnani) Eles pegam o vírus, colocam em cultura, no meio de células, e quando tem um monte de células ali presentes eles inativam esse vírus com processos físicos ou químicos, mas ele mantém as características, que uma vez inoculado no organismo da gente na forma de vacina, ele vai estimular a produção de defesas nossas.
(Repórter) Os testes para estudos clínicos com a CoronaVac começaram em julho do ano passado em 8 estados. O estudo foi realizado com 13.060 voluntários, todos profissionais da saúde e expostos diariamente à covid-19. Metade do grupo recebeu placebo e a outra metade tomou a vacina. Desde o início dos estudos, 252 pessoas foram infectadas: 167 do grupo placebo e 85 que tomaram a vacina. Entre os vacinados, não houve nenhum caso grave e nem moderado. O infectologista Marcelo Daher diz que o imunizante é seguro e chega para salvar vidas
(Marcelo Daher) Até 100% de diminuição de internação e gravidade de doença, com pouquíssimos efeitos colaterais, vai ajudar a gente e salvar vidas, que eu acho que é o mais importante.
(Repórter) A aplicação da CoronaVac ocorre em duas doses, sendo a segunda entre 14 e 28 dias após a aplicação da primeira.
Sputinik V vacina russa
Adenovírus replicantes: o que são e quais os riscos quando usados em vacinas
Entenda o motivo técnico pelo qual a importação da Sputnik V foi negada pela Anvisa
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) negou nesta segunda-feira (26) a importação da vacina Sputnik V, imunizante russo desenvolvido pelo Instituto Gamaleya contra a Covid-19. Entre os motivos para invalidar a liberação está o suposto risco à segurança em razão do uso de adenovírus replicantes na composição da vacina.
Adenovírus é o vírus causador do resfriado em humanos. Eles são usados como vetores virais em pelo menos quatro vacinas contra o coronavírus utilizadas no mundo – Oxford-Astrazeneca, Janssen, Sputnik V e CanSino. Em todas elas, os adenovírus são inativados, ou seja, perdem sua capacidade de se multiplicar no organismo humano.